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Clube Esportivo Almirante Barrozo |
O Clube Esportivo Almirante Barrozo, (normalmente só chamado de Barrozo) é um clube multi esportivo brasileiro sediado na cidade do Recife. Fundado em 05 de abril de 1909, com a grafia: Club Sportivo Almirante Barrozo, numa época em que o remo era o desporto mais popular do Brasil e da capital Pernambucana, e sua prática era dominado por ingleses e brasileiros. Foi quando a comunidade portuguesa resolveu criar uma agremiação voltada a prática do remo para fazer frente aos demais clubes existentes na época. Com o tempo clube se tornou o principal ponto de encontro dos jovens imigrantes portugueses, e outros esportes vão fazer parte do quadro desportivo do clube, tais como: Handebol, Hóquei sobre Patins, Natação, Polo Aquático, Futebol, Esgrima, Tiro ao Alvo, Tênis, Ciclismo, Basquete e Atletismo, contudo o que mais vigoraram além do Remo foram as três primeiras modalidades esportivas citadas antes.
ORIGEM DO NOME E SEDES
Os sócios fundadores da agremiação Alvi-Marrom foram: Alfredo Antunes, Alfredo Rodrigues C. Cunha, Artur Pio dos Santos, José Augusto Pinto Ribeiro, José de Oliveira, José Joaquim da Costa, José Lopes Alheiros, Manoel Fernandes, Manoel Lages e Ramiro Macêdo. O nome do clube é uma homenagem ao almirante português Francisco Manoel Barroso da Silva, o Barão do Amazonas, que, em 1865, teve importante atuação na Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. Contudo, na hora de registrar a instituição no cartório, o funcionário despachante errou a grafia do nome e escreveu com “Z” o nome Barrozo. Em sua primeira regata, a equipe castanha obteve vitória e isso alimentou a mística de que o nome escrito errado deu sorte e por isso o clube seguiria com o nome escrito daquela forma. A primeira sede foi no Cais José Mariano, só depois vindo a ocupar o atual endereço na Rua da Aurora.
ALCUNHAS, CORES, SÍMBOLOS E INDUMENTÁRIAS
Não se sabe bem o motivo, origens e significado, mas as suas cores oficiais são o Marrom e Branco, e usualmente a cor vermelha ou encarnada é referenciada ao clube, pois está cor é a da Cruz da Ordem de Cristo, utilizada como símbolo pela colônia portuguesa. O Barrozo recebe algumas, alcunhas durante sua vida tais como “Alvi-Marrons” “Equipe do Nunca Desanimar”, “Cruzmaltinos” “Castanhos” “Terror dos Mares” e “Marrons”. Não se tem uma mascote oficial do clube, embora já tenha sido chamado de o Terror dos Mares durante a década de 30 do séc. XX, o que leva alguns saudosistas do clube fazerem uma referência ao Kraken, o monstro marinho da literatura. Um dos símbolos do Barrozo é a âncora e os remos presentes no escudo oficial do clube, que faz alusão a prática do desporto náutico. A camisa dos remadores tradicionalmente é branca com uma faixa diagonal marrom, em outros desportos a camisa marrom prevalece, sendo também a camisa branca utilizada.
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| 1º Escudo do Club Sportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Ainda com a grafia antiga - Redesenhado por Yan de Abreu |
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| 2º Escudo do Club Sportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Publicado no periódico: Diário da Manhã, 1934, edição 527, pg 20 - Ainda com a grafia antiga - Redesenhado por Renato Zaraskyz |
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| 2º Escudo do Club Sportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Publicado no periódico: Diário da Manhã, 1934, edição 527, pg 20 - Ainda com a grafia antiga |
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| 3º Escudo do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Redesenhado por Renato Zaraskyz |
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| 4º e Atual escudo do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - - Redesenhado por Renato Zaraskyz |
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Bandeira do Club Sportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Ainda com a grafia antiga - - Redesenhado por Renato Zaraskyz Bandeira do Club Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - Ainda com a grafia antiga - - Redesenhado por Renato Zaraskyz |
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| Redesenho do escudo do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE - idealizado e feito por Renato Zaraskyz |
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| Bandeira idealizada e Criada por Renato Zaraskyz, do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE |
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| Bandeira idealizada e Criada por Renato Zaraskyz, do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Recife-PE |
O CLUBE DOS LUSITANOS
Costumeiramente, no último sábado de cada mês, acontecia a Sardinhada, voltada para o entrosamento da comunidade luso-brasileira do Recife. O clube era parte da comunidade lusa, sendo descrito dessa forma por Luiz Antônio Melo, “se um português precisasse de cuidados médicos, ele deveria se associar ao Hospital Português, para aperfeiçoar a cultura, deveria ir ao Gabinete de Leitura Português, para a prática desportiva se fosse futebol deveria ir ao América Futebol Clube, para demais modalidades o Barrozo seria o seu lar. ”
BARROZO ATRAVÉS DOS ANOS
A primeira regata na qual o Barrozo participou aconteceu em 1909, chamada de Regata da Conciliação foi remada em junho daquele ano e patrocinada pelo então prefeito do Recife, o Dr. Archimedes de Oliveira.
Na década de 30 do século passado, o Barrozo sagrou-se campeão seis vezes, sendo o maior vencedor da década, e sendo chamado por alguns periódicos da época de terror das águas ou terror dos mares. Na prática do remo em Pernambuco, não havia um campeonato organizado por uma federação, sendo assim as regatas organizadas tinham o “Páreo de Honra”, uma regata que valeria o título pernambucano, aquele que vencesse, levaria o título além de uma Corbélia de flores de flores que ficava exposta na garagem de remo e seus remadores eram ovacionados e carregados nos braços da torcida até as sedes do clube na rua da Aurora.
Durante a década de 40, o Barrozo revela vário nomes do remo pernambucano e nacional, entre eles Bernardino Leal, Ênio Laprovitera, Kênio de Azevedo Lemos, Joaquim Leal, Carlos Lima, António Lages, Leonel Padrão, Edson Pinto, Manoel Ramos, Edson Macedo da Silva.
Na década de 50, o remo feminino surge no Brasil, e no Recife, o Barrozo é pioneiro na inserção da mulher ao desporto, sendo inclusive as mulheres do clube castanho representando Pernambuco nos jogos da primavera, realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, em 1955, que o jornal dos Sport promoveu no Rio de Janeiro. As oito remadoras pernambucanas que representaram o nosso estado, conseguiram conquistar de forma honrosa a medalha de prata na prova de Yole a 4, sendo nossas atletas: Zoe de Oliveira Brito, Elimar de Andrade Melo, Maria Helena Albuquerque e Carmelita Albuquerque. Outras remadoras do Barrozo também participaram da competição, sendo elas: Maria do Carmo Rezende, Alcidésia Barros, Eda Maria Gentil, Janet Bechara, seu técnico foi o Moacyr Neves.
Durante as próximas décadas, o remo que já tinha perdido o posto de desporto mais praticado e famoso para o futebol, tem a cada dia mais menos investimentos, o Barrozo também perde investimento e começa a decair, em meados dos anos 1980 a sede do Barroso abrigou um cassino e na década de 90 é decretado o fim desportivo do clube Castanho do Recife, havendo alguns suspiros na equipe de Handebol. A última regata do Barrozo foi em 19994, de lá para cá, as embarcações envelhecem na garagem. Na sede do clube hoje funciona o Museu do Remo de Pernambuco, desde 2012 funciona no local o Buffet Ana Paula Góes & Barrozo. O imóvel tem características coloniais/ neoclássicas e os elementos Art Déco nas fachadas. A exemplo da garagem do Náutico, sobrevive em uma área que passa por grandes transformações urbanísticas.
SEDE DO BARROZO TRANSFORMADA EM IEP
Junto a com a garagem de remo do Náutico, na Rua da Aurora, a sede do Clube Esportivo Almirante Barrozo, em Santo Amaro, foi transformada em Imóvel Especial de Preservação (IEP). O decreto 34.343 foi assinado pelo prefeito João Campos. O imóvel faz parte da memória esportiva, afetiva e arquitetônica da cidade. Foi na Rua da Aurora que a prática do remo no Recife viveu seu auge no início do século 20, quando Náutico, Barrozo, Internacional, Saldanha da Gama, APA e Sport disputavam as competições nos rios Capibaribe e Beberibe.
A transformação do Barrozo em IEP foi aprovada em reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano da Cidade em 27 de novembro de 2020, através da Lei nº 16.284/1997, cujo objetivo é preservar exemplares de arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade, de forma a manter viva a memória da identidade do Recife.
Ainda de acordo com a legislação, cabe ao proprietário da edificação manter as características originais do imóvel. Fica vedada a demolição, descaracterização dos elementos originais e alteração da volumetria e da feição da edificação original.
À Prefeitura cabe gerar mecanismos de incentivo que estimulem os proprietários a manter a conservação do imóvel. Para tanto, a lei prevê a isenção total ou parcial do IPTU nos seguintes termos:
· 25% pelo prazo de dois anos para imóveis que passam por obras de conservação
· 50% pelo prazo de quatro anos no caso de imóveis que passaram por recuperação ou reparos
· 100% no prazo de quatro anos para os imóveis que passaram por restauração total
TÍTULOS
Remo
- Competições Interclubes do Recife*
1912,
1914
1915
1916
*como Páreo de Honra
- Campeonato Pernambucano
1931
1932
1933
1934
1936
1959
- Campeonato de Remador
1947 (Manuel Gonçalves Ramos)
1950 (Ênio Laprovitera)
- Competições amistosas em 1945
4 títulos
- Campeonato Feminino
1954
1955
- Atleta de Remo da Década
José Camilo da Silva - 1950-1959
Handebol
- Adulto Feminino - Primeira Divisão – Série A
2014
- Adulto Feminino - Segunda Divisão – Série B
2017
- Junior Masculino – Primeira Divisão – Série A
2009* 2010, 2011, 2012, 2015
* como: Associação Atlética Amigos do Porto/CE Almirante Barrozo (Recife)
**como: Clube Esportivo Almirante Barrozo ou Clube Portugues/AESEO
- Junior Feminino – Primeira Divisão – Série A
2012, 2015
- Juvenil Masculino – Primeira Divisão – Série A
2014*, 2015
*como Clube Esportivo Almirante Barroso/IPS (Recife)
- Juvenil Feminino – Primeira Divisão – Série A
2010, 2011, 2012*, 2015
*como Clube Esportivo Almirante Barrozo/Faculdade B. Melo (Recife)
- Cadete Feminino – Primeira Divisão – Série A
2011, 2012*, 2014**
*como Clube Esportivo Almirante Barrozo/Faculdade B. Melo (Recife)
**como Clube Esportivo Almirante Barroso/IPS (Recife)
- Infantil Feminino – Primeira Divisão – Série A
2010
DADOS GERAIS
Nome: Clube Esportivo Almirante Barrozo
Alcunhas: “Alvi-Marrons” “Equipe do Nunca Desanimar”, “Clube da Cruz de Malta” “Cruzmaltinos” “Castanhos” “Terror dos Mares” e “Marrons”.
Fundação: 05/04/1909 (113 anos)
Cores: Marrom e Branco (Simbolicamente usa Vermelho encarnado)
Torcedor/Adepto: Castanho, Alvi-Marrom, Crusmaltino
Mascote: Kraken
Lema: Nunca Desanimar
Principais Rivais: Saldanha da Gama, Sport Recife, Náutico Capibaribe, Clube Português
Localidade: Rua da Aurora, 1225, Bairro de Santo Amaro, Recife, Brasil – CEP: 50040-090
FONTES
A História do Remo em Recife de 185 a 1984 - Luiz Antônio Melo
Regatas do Clube Esportivo Almirante Barrozo - Luiz Antônio Melo
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